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Como está?
Vou indo...
Engraçado como nossas falas são quase sempre as mesmas, porém envoltas de uma série de desculpas como: Vou indo... Do jeito que Deus manda... Empurrando com a barriga!
Mas esta semana tive, para variar, um outro “tapa na cara” de um paciente da UNESP. Trata-se do Fernando; um rapaz de seus quase vinte anos que me deixou estruturalmente balançado a me perguntar como pode uma criatura a sofrer tanto e ter aquele semblante tranqüilo e de muito amor.
Ao chegar perto de seu leito tive que me paramentar todo (colocar luvas, avental e máscara) para não contaminá-lo e não receber nenhuma espécie de vírus e pensava encontrar ali um moribundo que nada teria a me oferecer; mas, pelo contrário, encontrei ali uma criatura divina que me ensinou a não perder tempo, porque este nosso tempo é fugaz e rápido.
Deparei-me naquele quarto com um professor de vida, com um astro que deveria receber vários “Óscares” (não sei se é assim o plural de “Oscar”).
... O “Oscar” da receptividade: Aquele menino soube me receber com o sorriso de uma criança feliz por estar junto de outro ser humano e me deu uma aula de que podemos receber o outro ao nosso lado com todo o sorriso proporcional ao que ele merece independente da situação que eu esteja passando, pois o outro não tem culpa de eu estar como estou.
... O “Oscar” da fé: ao se encontrar comigo não teve a melhor hesitação em, mesmo eu de luvas, beijar minhas mãos e pedir a benção e me garantiu a certeza de que somos divinos e podemos fazer Deus habitar onde quer que estejamos.
... O “Oscar” do sorriso: Que sorriso daquele menino! Sorriso de paz, de ternura, de esperança, de confiança, de amor... E quanto amor vi naquele olhar sem fronteiras.
... O “Oscar” da esperança: Dizem que “a esperança é a última que morre”, mas a esperança nunca morrerá enquanto tivermos estes “Fernandos” a encontrarmos onde quer que abramos os olhos para percebermos.
É... Quantos “Óscares” ainda teremos que passar a pessoas que nos ensinam a viver e sobreviver? Quanto ainda temos que aprender com estes “Fernandos”?
Tenho medo de ofender a Deus se eu não parar para ver coisas maravilhosas que tenho e não mereço; se eu não parar de murmurar, mesmo tendo estas manifestações de que sou amado por Alguém superior e que tenta coordenar sua própria criatura no ideal de ser feliz.
Tenho medo de deixar uma lágrima rolar dos olhos do criador ao deixar que instantes de dor ou de sofrimento destruam em mim a alegria de fazer juz a ter sido colocado aqui para coisas grandes e me contentar com as “merrecas” que costumo produzir.
Tenho medo de ser apenas mais uma gota no oceano, apenas mais um grãozinho de areia... Quando posso ser A gota do oceano e O grãozinho de areia que faz com que o todo seja produtivo e realizado.
Não pare de amar; não pare de sorrir, não pare de lutar por ser feliz...
Aprendamos com nosso mestre da semana, o Fernando, e sigamos no intento de fazer este mundo melhor.
Com um beijo de Jesus, pelos lábios de Maria, em seu coração:
Pe. Delair.
OB: Não deixe de lembrar que tudo isso você pode encontrar na casa de Nosso Senhor... Lá Ele lhe aguarda para lhe abençoar e dar forças para a semana que começa.
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